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Guimarães Rosa
1. contexto histórico
O terceiro Período Modernista marca uma renovação da ficção através do experimentalismo e da atividade lúdica com os elementos ficcionais. Embora a ficção não tenha tido uma manifestação revolucionária como o concretismo na poesia, está claro que ela também vai se transformar em algo mais denso.
Até os anos de 1945, o que temos de “marcos” literários sempre estão relacionados com acontecimentos políticos, como os de 1930, e 1945, que são as datas que a nossa literatura registra como as três fases do movimento modernista que foram tomadas como empréstimo da política.
Guimarães Rosa situa-se na terceira fase do Modernismo brasileiro, chamada de Neo-modernismo ou geração de 45. Ao lado de Clarice Lispector, ele rompeu com os esquemas narrativos dos anos 30 e instaurou um novo processo ficcional, baseado na estilização inventiva de dados regionais e em constantes pesquisas cujo instrumento de base é a linguagem. Por essas razões, José Aderaldo Castelo irá considerar Guimarães Rosa um instrumentalista. Em relação ao marco temporal da estréia do livro em 1946 temos a afirmação de Eduardo Coutinho:
Foi desde essa estréia, que a língua até então manipulada pelos nossos ficcionistas começou a sofre reformulações no sistema que se estratificara havia muito tempo. Assim, a unidade tradicional da língua literária sofreria um impacto. O escritor mineiro quebra, definitivamente, toda e qualquer ligação entre as formas de expressão lusitanas (clássicas) e brasileiras. É evidente que a raiz comum da língua persiste, bem como a presença etimológica e uma certa erudição latinista.
Assim, tendo estreado em 1946, com os contos de Sagarana, João Guimarães Rosa tornou-se o escritor de maior importância e prestígio da Literatura do Século XX. Escreveu contos, novelas, um romance e poesia. Costuma ser retratado como regionalista, pois quase todo seu trabalho nasce da observação de tipos, costumes e