O Que Aconteceu Com A Estrela
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O que aconteceu com a Estrela? Quem olha para a velha Estrela pode estranhar a situação de penúria que culminou com o fim da era Adler na empresa. Mas, para quem vê a Estrela dos últimos tempos - uma companhia acuada pela concorrência asiática e cada vez menos importante -, os novos rumos tomados não surpreendem. No início de abril, depois de comandar por 31 anos a empresa herdada de seu pai, o empresário paulista Mario Arthur Adler vendeu o controle da Estrela a Carlos Antonio Tilkian, principal executivo da companhia. Em tempos de glória, Adler fora o comandante de um negócio de 450 milhões de dólares e 7 000 funcionários. Agora, ao deixar seu escritório em Guarulhos, na Grande São Paulo, Adler leva consigo somente 3% das ações ordinárias da Estrela, sua correspondência pessoal e Sônia, secretária que o acompanha há anos, além de um montante não revelado de dinheiro. "Já há algum tempo, o trabalho na empresa não me dava prazer", diz Adler, aos 57 anos. "Ficar na Estrela para quê?" O término da dinastia Adler coincide com um dos piores momentos da história da Estrela. Em 1995, a empresa registrou uma coleção de resultados desastrosos. O faturamento não passou dos 140 milhões de reais, pouco mais de metade do que Adler e seus executivos haviam planejado no início do ano. Para tentar minimizar a crise que se anunciava, em meados de 1995, a Estrela ceifou 1 400 empregos de uma só vez. Em julho do ano passado, Adler deixou o dia-a-dia da empresa e recolheu-se ao conselho de administração. Tilkian, até então vice-presidente da companhia, assumiu seu lugar na gestão dos negócios. Esses movimentos não foram suficientes para evitar um prejuízo na casa dos 70 milhões de reais, o maior da história da Estrela. Para piorar, erros de avaliação e quedas nas vendas deixaram a empresa com estoques abarrotados. Cerca de 25 milhões de reais em mercadorias estão hoje parados em seus depósitos. "Nossos números foram feios", diz Tilkian. "Mas vamos trabalhar duro para reverter a