O publico o privado e o terceiro setor
A possibilidade de uma via alternativa entre público e privado, e por extensão entre Estado e mercado, hoje é real e se materializa no chamado terceiro setor da sociedade. Seja pela impossibilidade (financeira, administrativa e/ou operacional) do Estado suprir às solicitações que, em tese, estão sob sua responsabilidade, seja pelo desinteresse, sobretudo econômico, do setor privado em assumir a responsabilidade sobre a produção de bens e serviços de interesse da coletividade, o fato é que existem atividades e setores produtivos que não são entendidos como de competência específica nem do Estado, nem da iniciativa privada. O impasse surgido dessa situação tem sido tratado de duas maneiras bastante distintas. A primeira, ainda dentro do contexto público privado, tem se dado através de iniciativas que buscam a cooperação entre o Setor Público e a iniciativa privada. Como exemplo dessa linha de atuação, temos as parcerias. Essa parceria (público/privado) gera o que chamamos terceiro setor.
Partindo do impasse causado pela dicotomia público/privado, uma segunda direção não representa propriamente uma solução para o impasse, mas sim uma nova proposta nas relações entre os diversos agentes da sociedade e que depende basicamente da atuação da sociedade civil. Cabe destacar que a sociedade civil não pertence nem à esfera do público, nem à esfera do privado; mas ocupa o vácuo criado pela não atuação, ou pela atuação deficiente, dos agentes tradicionais. Trata-se das associações de classe, dos sindicatos, das associações de natureza espacial ou ocupacional, entidades de representação sem fins lucrativos, e finalmente das famosas e misteriosas organizações não governamentais, as ONG's .
As entidades acima descritas têm sido referidas como pertencentes ao terceiro setor. O terceiro setor que se ocupa desse “vazio” deixando pelo público ou pelo privado, e que baseia-se na ideia do não lucrativo, é organizado, independente,