O psicólogo na uti

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Observa-se que sempre que é mencionado que “o paciente vai para a UTI”, o nível de ansiedade deste e dos familiares se eleva significativamente, devido às conotações negativas que esta carrega, principalmente a de que o paciente foi para morrer ou que foi para adiar a morte. Percebe-se que até casos considerados apenas em estado de observação, como nos pós operatórios imediatos, os pacientes quando não são preparados ou comunicados previamente do “acordar em uma UTI”, poderão ter o seu quadro orgânico alterado pela condição emocional, devido aos conceitos e valores atribuídos culturalmente a esta Unidade.
Diante desse panorama, o paciente internado em UTI reage diante desse ambiente. Essas reações são individualizadas, subjetivas e dependentes de todo um histórico de vida que o paciente traz consigo. A internação em UTI representa para o paciente um estreitamento de horizontes e uma ruptura brusca com o meio onde vive. O paciente se vê dependente de aparelhos, máquinas e pessoas estranhas constantemente, sente-se limitado em suas atividades e privado de sua liberdade, além de vivenciar sentimentos como medo, ansiedade, angústia de morte, desamparo, solidão, depressão reativa, apatia, entre outros. Assim, diante da necessidade de internação numa UTI, o paciente agrega recursos internos e mobiliza modos de enfrentamento da situação, de modo que possa se proteger da situação que lhe é imposta.
A família também passa por um momento de impacto emocional ao saber que um ente querido precisa dos cuidados de uma UTI, pois é uma notícia que envolve algo com que não se está preparado e que foge de suas experiências existenciais corriqueiras. Sente-se impotente frente a internação na UTI do seu familiar pois lhe é retirado o seu papel de cuidador, que fazia parte do seu cotidiano. Deve-se ressaltar que os familiares também vivenciam sentimentos semelhantes aos dos pacientes internados, uma vez que eles também se distanciam de seu ente querido, enfrentam um ambiente

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