O psicopata na sociedade atual
Imagine - se puder- como seria não ter consciência, culpa nem remorso independentemente do que fizesse, não se sentir de forma alguma tolhido pela preocupação com o bem-estar de estranhos, amigos ou mesmo parentes. Imagine nunca, em toda a vida, precisar lidar com a vergonha, por mais egoístas, relapsas, prejudiciais ou imorais que fossem suas ações. Finja des conhecer a noção de responsabilidade, salvo como um fardo que os outros - bobocas ingênuos - aparentemente carregam sem questionar. Acrescente a essa estranha fantasia a capacidade de esconder das pessoas o fato de que a estrutura psicológica delas é radicalmente diferente da sua.
Como todos simplesmente pressupõem que a consciência é um atributo universal dos seres humanos, esconder que você não a possui exige pouquíssimo esforço. Você não refreia nenhum desejo por sentir culpa ou vergonha e ninguém jamais censura sua frieza. O sangue-frio que corre em suas veias é tão bizarro, tão completamente alheio à experiência dos outros, que eles nem sequer suspeitam de seu transtorno. Em outras palavras, você vive livre de repressões interiores e essa liberdade ilimitada para fazer o que bem entender sem que isso lhe pese na consciência é, de maneira muito conveniente, invisível para o mundo. Você pode fazer absolutamente qualquer coisa e, mesmo as sim, é provável que sua estranha vantagem sobre a maioria das pessoas, mantidas na linha pela própria consciência,