O psicologo no hospital
INTRODUÇÃO
A intenção deste trabalho é levantar alguns pontos de. reflexão sobre o significado da psicologia no hospital e a atuação do psicólogo nesse contexto. A evidência que me ocorre inicialmente é que, apesar dos inúmeros trabalhos e artigos que hoje norteiam a prática do psicólogo no hospital, ainda assim é notório o fato de que apenas tartamudeamos as primeiras palavras nesse contexto. A própria dinâmica da existência parece encontrar no contexto hospitalar um novo parâmetro dando-lhe uma dimensão na qual questões que envolvem a doença, a morte e a própria perspectiva existencial apresentam um aspecto peculiar.
A psicologia, ao ser inserida no hospital, reviu seus próprios postulados, adquirindo conceitos e questionamentos na busca da compreensão da existência humana. Assim, por exemplo, não mais é possível pensar-se num curso de graduação de psicologia no qual questões como morte, saúde pública, hospitalização e outras temáticas, que a princípio eram pertinentes apenas à psicologia hospitalar, não tenham prioridade, ou então não sejam exigidas como necessárias para a formação do psicólogo. O atual quadro da formação do psicólogo difere do que declaramos no Capítulo 1, em texto de 1984. Praticamente prevendo uma mudança nesse quadro, 9 mesmo texto coloca que apenas recentemente a prática institucional mereceu preocupação dos responsáveis pelos programas acadêmicos em psicologia. É dentro dessa nova perspectiva que se abre ao psicólogo no contexto hospitalar que iremos tecer nossas reflexões na busca de um melhor dimensionamento dessa prática. Graças a sua fé inquebrantável, o psicólogo adquire. cada vez com-mais nitidez um espaço no hospital a partir de sua compreensão da condição humana. Iremos caminhar por trilhas e caminhos que nos conduzirão a novos horizontes profissionais.
A DESPERSONALIZAÇÃO DO PACIENTE
O paciente, ao ser hospitalizado, sofre um processo de total despersonalização. Deixa de ter seu próprio nome