O Príncipe do Estado Moderno
Observando a obra, pode-se perceber claramente que, tal como faria Marx no século XIX, Maquiavel fez uma breve pesquisa histórica, apontando exemplos que deveriam ou não ser seguidos pelo Príncipe. No auge do movimento renascentista que traria à tona obras clássicas da Antiguidade, tal como toda uma cronologia de eventos desta época, além, claro, dos conceitos de Republica e Democracia. Não somente o contexto histórico e artístico do Renascimento deve ser levado em consideração para avaliar o contexto no qual a obra fora escrita. A movimentação política e territorial que acontecia na Península Itálica, típica dos processos de longa duração responsáveis pela passagem da Idade Média para a Idade Moderna (nos termos de Jacques Le Goff) vivia seu auge no contexto Renascentista.
Dentro da península, poderia se encontrar Reinos, Republicas e Estados Pontifícios, todos em constante conflito por conta de territórios. Alem disso tudo, degladiavam-se nos conceitos de Republicas, Monarquias Absolutistas, Cidades-estados e territórios submetidos à autoridade eclesiástica. Teóricos discutiam qual seria a melhor forma de governo, e os déspotas decidiam isso na base da força. Ducado de Milão, República de Veneza, República de Florença, Reino de Nápoles e os Estados Pontifícios, assim era dividida a Itália do tempo de Maquiavel. E ele mesmo teria feito algumas viagens a estes lugares como embaixador, e nestas viagens observava o comportamento dos déspotas e escrevia sobre.
E é neste