O Professor e o Poder
O Professor e o Poder
Mário Porto
Reflexão: "qual deve ser o perfil do professor nos cursos de graduação e de que modo podemos lidar com a questão do poder que é inerente a essa posição?".
Há cerca de dois anos fiz um curso de Metodologia do Ensino Superior no FGV-Online e a reflexão acima foi uma das primeiras tarefas e este texto é uma adaptação para a Internet do que desenvolvi naquele trabalho. No primeiro momento que tomei conhecimento desta atividade fiquei de certa forma, mentalmente, paralisado.
Pensei; Aonde fui me meter para ter que comentar um assunto que nunca foi objeto de minhas preocupações nestes últimos 60 anos. Cheguei a julgar que não estava devidamente preparado, para escrever sobre este tema.
No meio destas divagações e induzido por algumas leituras que havia feito no próprio material do FGV-Online assolou-me a certeza de que estava reagindo exatamente da maneira esperada num modelo pedagógico burocrático fundado na relação de dominação, no saber formal transformado em mercadoria de consumo e no qual o aluno não é estimulado a produzir conhecimento, a amalgamar seu saber ao do professor.
Em outras palavras, não tendo assistido a uma exposição específica do "professor expositor controlador" sobre o conteúdo do trabalho ou não tendo decorado nada sobre o assunto o raciocínio do aluno não acostumado a receber o incentivo para pensar, fica circulando no nada e não constrói saber.
Na minha memória pude enquadrar ao longo da minha vida, em três fases de minha formação, alguns tipos de professores tal como categorizados no próprio material didático do FGV-Online.
Bem no início da minha vida lembro-me da Dona Zezé do primário. Professora austera, disciplinadora, avessa a brincadeiras, mas que se apresentando como modelo de caráter e integridade respeitava as crianças e contribuiu, por décadas a fio, para a boa formação de muitos brasileiros na cidade de Volta Redonda. No