O processo psicodiagn stico
A concepção do processo psicodiagnóstico é relativamente nova. Tradicionalmente era considerado “a partir de fora”, como uma situação em que o psicólogo aplica um teste em alguém, e era nesses termos que se fazia o encaminhamento. Em alguns casos especificava-se, como “fazer um Rorschach” ou “aplicar um desiderativo” em alguém.
O psicólogo sentia sua tarefa como o cumprimento de uma solicitação com as características de uma demanda a ser satisfeita seguindo os passos e utilizando os instrumentos indicados por outros. O objetivo fundamental de seu contato com o paciente era a investigação do que este faz frente aos estímulos apresentados. Atuava como alguém que aprendeu, o melhor que pôde, a aplicar um teste. O paciente representava alguém cuja a presença é imprescindível, alguém que colabora docilmente, mas que só interessa como objeto parcial. Tudo que se desviasse deste propósito ou interferisse em seu sucesso era considerado como uma perturbação que afeta e complica o trabalho.
Terminada a aplicação do último teste, em geral, despedia-se o paciente e enviava-se ao remetente um informe elaborado com enfoque atomizado. Este tipo de informe psicológico funciona como uma prestação de contas do psicólogo ao outro profissional e são uma fria enumeração de dados, traços, fórmulas, etc. frequentemente não integrados numa Gestalt que apreenda o essencial da personalidade do paciente e permita evidenciá-lo.
O psicólogo trabalhou durante muito tempo com a maior distância possível em relação a seu paciente a fim de estabelecer um vínculo afetivo que não lhe impeça de trabalhar com a tranquilidade e a objetividade necessárias.
A não indagação de tudo o que se referia ao sistema comunicacional dinâmico aumentava a distância entre o psicólogo e o paciente e diminuía a possibilidade de vivenciar a angustia que tal relação pode despertar. Utilizavam-se testes como se eles constituíssem em si mesmos os objetivos do psicodiagnóstico e como um escudo