O processo de desenvolvimento do setor de comunicação no Brasil e o contexto político, econômico e social
A estrutura de comunicação brasileira é formada por oligarquias, de modo que as principais empresas pertencem a pouquíssimas famílias. Em muitos casos, os membros dessas famílias estão envolvidos direta ou indiretamente com política e altos cargos públicos. A regulação dos meios de comunicação jamais foi de fato revisada em nosso país, se tornando fragmentada, defasada e antiga. Os projetos que buscam alcançar a regulação dos meios de comunicação vem enfrentando árduos obstáculos, uma vez que existem muitos poderes em jogo. Para que entender a estrutura comunicativa em nosso país e suas adversidades, é necessário compreendermos como se deu o processo de desenvolvimento do setor comunicativo no Brasil.
O primeiro jornal brasileiro carregava o nome de Correio Brasiliense, foi impresso na Inglaterra e fazia muitas críticas a metrópole. Naquele momento a imprensa não era permitida no território brasileiro, como uma forma de evitar a formação de possíveis movimentos de independência. Somente a partir de 1808, com a vinda da corte portuguesa ao Brasil, é que a impressão de jornais em território nacional passou a ser permitida. O primeiro jornal impresso no Brasil foi a Gazeta do Rio de Janeiro, em 1808.
Em 1822, ocorreu a independência do Brasil. Após a Revolução do Porto, Portugal exige que D. Pedro I volte para seu país de origem, e D. Pedro II permanece no país ainda pequeno, como príncipe regente. Nesse contexto político os jornais se proliferaram, caracterizando um cenário de desconcentração. Alguns eram anônimos, feitos em garagens, de forma amadora, sem cunho comercial, competindo entre si em livre concorrência. O conteúdo jornalístico produzido naquele momento foi marcado por ataques entre os próprios jornais e seus oponentes políticos. A partir de 1850, com o fim do tráfico