O problema de aprendizagem enquanto sintoma
O artigo tem como tema o problema de aprendizagem enquanto sintoma, que pode surgir do contexto familiar e/ou da relação professor-aluno. Tratará de algumas das peculiaridades do desenvolvimento do problema de aprendizagem a partir de referencial psicanalítico, principalmente dos conceitos de sintoma e de inibição, acreditando serem tais conhecimentos fundamentais à instrumentalização do professor e conseqüente melhoria na qualidade do processo ensino-aprendizagem.
Palavras-chaves: problema de aprendizagem, sintoma, inibição intelectual, psicanálise.
Introdução
O presente artigo tem por objetivo desenvolver uma breve reflexão a respeito do problema de aprendizagem na escola, tomando-o como um sintoma que pode surgir de duas vertentes: da dinâmica familiar do aluno e do relacionamento professor-aluno, e tecendo, ao mesmo tempo, alguns comentários sobre as possibilidades e dificuldades do sistema educacional atual. Não é intuito do texto elaborar propostas de intervenção, tampouco responder a qualquer pergunta. Visa apenas ponderar sobre os aspectos e mecanismos implícitos no problema de aprendizagem, crendo que é fundamental ao professor tais conhecimentos, a fim de que este esteja apto a perceber e a saber lidar com a situação em sala de aula, seja refletindo sobre a situação, seja fazendo os devidos encaminhamentos. O ponto de partida desta reflexão é a teoria psicanalítica, através de revisão bibliográfica, tomando os conceitos de sintoma e de inibição como do mecanismo do problema de aprendizagem.
Desenvolvimento
É necessário, a princípio, diferenciarmos sintoma de inibição. Freud, em seu texto “Inibição, sintoma e angústia”, diz que “... a inibição é a expressão de uma restrição de uma função do ego” (FREUD, 1996:93). O objetivo da inibição é evitar a angústia, ou seja, o ego se impõe uma limitação a fim de evitar a angústia. Para Freud, a inibição não possui,