O problema da Legitimidade
O poder político não tem só o problema de sua definição e seus caracteres, mas também o problema da justificação que nasce da pergunta: “Admitido que o poder político seja o poder que se dispõe do uso exclusivo da força num determinado grupo social, basta à força para fazê-lo aceito por aqueles sobre os quais exerce para induzir os destinatários e obedecê-lo? Uma pergunta desse gênero pode ter e teve duas respostas conforme seja interpretada sobre o que é de fato o poder ou o que deve ser. Como acontecem com frequência no estudo dos problemas políticos, também essas duas respostas foram confundida uma com a outra, pois nem sempre é possível entender se quem se põe o problema da relação entre força e poder põe-se um poder de mera efetividade ou legitimidade (um poder fundado pela força, efetivo, porem desconsiderado legitimo).
A filosofia política clássica considera seu dever pôr o problema do fundamento do poder que tendeu a negar que um poder apenas forte possa ser justificado. Daí a distinção axiológica entre poder legitimo e poder ilegítimo com base no argumento: “se se limita a fundar o poder exclusivamente sobre a força, como se faz para distinguir o poder político do poder de um bando de ladrões?” Este problema do qual surgiu muitos comentadores foi posto por Santo Agostinho. Dois livros da teoria política A república de Platão e Contrato Social de Rousseau começam um debate entre justiça e forca no qual Rousseau e Sócrates rejeitam a tese do “Direito do mais forte”. Hobbes afirma que para a segurança dos súditos, que é o fim do supremo do Estado e da instituição do poder político, é necessário que alguém detenha legitimidade no Estado e poder. De resto exatamente à atribuição de um caráter ético ou jurídico ao poder teve curso durante séculos sobre poder político bom e poder político mau, uma distinção que traz consequências para o problema da obrigação política.
A consideração do supremo poder, que é o poder político, deva