o problema da fundamentaçao na historia da filosofia
Existe um sentido, finalidade, propósito ou fundamento para o mundo, para a natureza, para a vida, para a ação?
Tentativas de resolução na história da Filosofia:
1º Momento – Filosofia grega antiga:
Platão (séc. V a.C.)
A razão (logos = linguagem) pode compreender o mundo e dar um sentido para as ações.
Teoria do mundo das ideias: a realidade está dividida em dois mundos.
O mundo das sombras é um mundo de aparências, de ilusão, onde vivemos aprisionados a crenças, equívocos e preconceitos – esse é o nosso mundo.
O mundo das ideias é o mundo verdadeiro e real onde poderíamos compreender como as coisas são e as formas fundamentais que nos guiariam em nossas ações.
Para superarmos o mundo das aparências deveríamos “sair da caverna” através da ascese (exercício do pensamento) e atingirmos o mundo real onde teríamos o conhecimento do mundo e poderíamos “voltar à caverna” e implantar uma ação correta no mundo através da educação e da política.
2º Momento – Filosofia cristã:
Santo Agostinho (séc. IV)
Síntese do platonismo com o cristianismo: a verdade está presente em cada um de nós, interiormente:
Existe um mundo aparente que é o do corpo, do desejo, do pecado. Existe um mundo verdadeiro que é o da consciência moral interior.
Para termos acesso aos valores e orientações para nossa conduta no mundo devemos recorrer a essa verdade fundamental interior, identificada com a verdade cristã.
A razão sozinha não é capaz de atingir a verdade, é necessário conjugá-la com a fé: “compreende para crer, crê para compreender”.
3º Momento – Filosofia moderna (modernidade):
Oposição ao momento medieval visto como idade das trevas. Constituição da ciência moderna baseada exclusivamente nas luzes da razão.
Ainda assim vemos a reprodução da mesma estrutura só que agora sem o caráter religioso.
Descartes (séc. XVII)
Teoria do Cogito: “Penso, logo, existo”. Descartes fundamenta a possibilidade de sentido e verdade no