O principe - Maquiavel
Dedicado a Lorenzo Medici na intenção de ensina-lo regras para conduta de príncipes, nas quais, segundo o próprio autor, ele mesmo teria aprendido e compreendido em muitos anos, com tantas provações e perigos.
CAPITULO II
As dificuldades de se manter Estados herdados, cujos súditos são habituados a uma família reinante é muito menor do que a oferecida pelas monarquias novas;
Deste modo, um príncipe, desde que não seja inepto, poderá manter-se no poder, a menos que o derrube alguma força excepcional: se tal fato acontecer, poderá reconquista-lo na primeira oportunidade oferecida pelo usurpador;
CAPITULO III
Na anexação de novos territórios com línguas e costumes semelhantes, para impor-lhes com segurança o domínio, bastará que a dinastia que os governara até então seja extinta, pois se a situação não for alterada, se não houver divergências de costumes, o povo aceitará tranquilamente os novos governantes;
Conquista de província com língua, leis e costumes diferentes: fixar-se na província o novo governo, tomando-a como residência (estando o soberano ali presente, os distúrbios serão logo percebidos e rapidamente corrigidos, além disso, a presença do soberano dará aos súditos acesso direto a ele para suas reclamações; por isso, se quiserem agir com lealdade encontrarão mais razões para ama-lo e se tiverem a inclinação contaria, terão mais motivos para teme-lo.
Principal informação: Nas províncias conquistadas, para manter o domínio é necessário instalar colônias, apoiar os menos poderosos (sem aumentar-lhes as forças), abater os de maior poder e não permitir a influencia dos Estados estrangeiros sobre suas colônias.
CAPITULO IV
Considerando as dificuldades envolvidas na manutenção de um Estado recém-conquistado, umas das grandes lições a serem aprendidas são de que reinos governados por um rei e vários barões são fáceis de serem conquistados, entretanto, difíceis de serem conservados, já que a descentralização facilita, mediante a aliança com