O preço da copa do mundo
Gasto em aeroportos, estádios, hotelaria, mobilidade, portos e segurança pode chegar a R$ 26,5 bi
Tamanho da letra Reginaldo Gonçalves* postado em 19/03/2012 12:42 h atualizado em 19/03/2012 12:49 h
A Copa do Mundo de 2014 é um sonho dos brasileiros, mas os altos custos inerentes às obras de estádios e infraestrutura gerarão discussões até a sua conclusão. O planejamento apresenta vários vícios e fragilidades em tomadas de decisões, que já deveriam ser colocadas e votadas não somente quanto aos investimentos, mas também no tocante às solicitações feitas pela Fifa.
Em virtude dessa situação, o secretário-geral da entidade maior do futebol, Jérôme Valcke, disse que o Brasil deveria levar um "chute no traseiro" para que as obras, assim como decisões sobre mudanças da legislação, fossem agilizadas e cumpridas de acordo com o cronograma. Infelizmente, no país que tem uma cultura de deixar tudo para a última hora, os dirigentes acham-se humilhados ou desrespeitados, como aconteceu com o ministro Aldo Rebelo, que, inclusive, solicitou o afastamento de Valcke das negociações, em carta À Fifa.
Para ter o devido respeito, o Brasil, uma nação emergente, deverá aprender a cumprir cronogramas e efetuar orçamentos que sejam, no mínimo, sustentáveis e coerentes com as propostas possíveis. A cada novo cálculo, maiores são os custos apurados, ou seja, ou não sabem fazer contas ou tudo é provocado para gerar descontrole, favorecendo –direta ou indiretamente– empresas com preços majorados.
Se houver uma análise pertinente à Copa de 2014, o gasto projetado inclui aeroportos, estádios, hotelaria, investimentos não vinculados às cidades-sede, mobilidade urbana, portos e segurança pública. Isso tudo soma um valor, até 6 de março de 2012, de R$ 26,5 bilhões.
Somente com as arenas, os gastos projetados são de R$ 6,7 bilhões, dos quais já foi realizado R$ 1,5 bilhão, ou seja, cerca de 22,4%. Nas obras de mobilidade urbana, uma das principais, o aporte