O precesso de libertação da áfrica do sul
A organização da África do Sul como nação e a origem histórica do preconceito racial direcionam nosso estudo para o século XVII, mais precisamente 1652, quando se dá a chegada dos primeiros colonos holandeses – os bôeres – no Cabo da Boa Esperança, formando então a Colônia do Cabo. Conflitos internos com os povos que já habitavam a região e a entrada em cena de novos atores – os ingleses, interessados no controle das rotas que levavam às Índias – levaram à formação dos primeiros Estados africanos, que afirmarão constitucionalmente as práticas de preconceito e segregação racial, que culminarão no apartheid. Embevecidos de um crescente ideal nacionalista, os africânderes – os bôeres, que já não se viam mais como europeus, mas como brancos nascidos no continente africano – alcançam a independência da África do Sul, porém ainda enraizados na política de segregação racial. O presente trabalho propõe-se a analisar o processo de independência da África do Sul que se inicia com a formação da União Sul-Africana em 1910, perpassando pela libertação do jugo da Grã-Bretanha em 1961, quando se dá o seu desligamento da Comunidade Britânica, até chegar ao que é considerado a sua segunda independência em 1994, quando o apartheid é oficialmente abolido. Para tanto, serão abordados aspectos que vão desde a formação da colônia do Cabo, os conflitos entre os bôeres e os ingleses que culmina no gradual processo independentista, a política do apartheid,as resistências a este sistema e como se deu o fim desse processo. Será dada uma atenção maior aos aspectos que correspondem as duas Guerras Anglo-Bôeres e o processo de desligamento político do império inglês.
O PROCESSO DE LIBERTAÇÃO DA ÁFRICA DO SUL
A Colonização da África do Sul: Contexto Geral
Em 1652, a Companhia das Índias Orientais funda na região sul da África, que posteriormente se tornaria a Cidade do Cabo, uma estação de abastecimento permanente para os navios, inaugurando a presença