O Prazer na terceira idade
O PRAZER NA TERCEIRA IDADE*
Ida Ramlow Oliveira**
RESUMO
Este artigo apresenta a temática sobre a sexualidade do idoso, tendo em vista ser um assunto antigo, mas muito pouco explorado, e por vezes é tratado com certo desprezo pela sociedade quase num geral. As mudanças físicas, emocionais e sociais são características intensas na terceira idade, afetando normalmente diferentes setores da vida podendo levar a insatisfações diversas. Observa-se que o conceito de sexualidade é amplo, e que nem sempre este está ligado à prática sexual, principalmente quando se refere aos idosos.
Palavras-chave: terceira idade, sexualidade, preconceito, envelhecimento.
“Com o passar dos anos descobri que tinha tempo para andar mais devagar, tempo para ver uma árvore florir. Dei-me conta que podia plantar o meu próprio caminho. Hoje eu enfeito o meu chão”.
(Henry Vitor, artista plástico com 53 anos)
Muitos não prestam à devida atenção a uma das importantes atividades associadas à qualidade de vida dos idosos, que é a sexualidade. Talvez isto esteja ligado ao fato de existir uma crença de que o avançar da idade e a diminuição da atividade sexual estejam relacionados.
Devido a esta falta de conhecimento, ou até mesmo preconceito associado ao envelhecimento e sexualidade, seria de grande relevância definir o que é sexualidade. Em, “Três Ensaios sobre uma teoria sexual” - Freud (1905) mostra que a sexualidade humana não se liga a genitalidade e que se organiza a partir de operações psíquicas. Para Freud, a sexualidade é uma manifestação da vida psíquica, que se desenvolve por fases sucessivas.
Freud inaugurou uma concepção completamente inédita da sexualidade com a introdução do conceito de pulsão, afirmando claramente nos “Três
Ensaios sobre a Sexualidade” (1905) que não existem regras sexuais, mas regras sociais. Ele acentuou que o desejo e a libido não têm idade, e a sexualidade adulta é a sexualidade infantil, conforme o terceiro ensaio do
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