O Povo Brasileiro, Darcy Ribeiro
Darcy Ribeiro, "homem de fé e de partido", como confessou, talvez um dos mais eminentes intelectuais-políticos do Brasil do após-guerra, ativista da cultura, fundador de universidades, antropólogo de fama, teve reconhecimento internacional: Doutor Honoris Causa pela Sorbone. Um tanto antes de falecer, em fevereiro de 1997, deixou uma esmerada síntese sobre a diversidade geo-étnica da população brasileira no seu ensaio histórico-antropológico intitulado O Povo Brasileiro, editado em 1995. Viu o país-continente fortemente empenhado "na construção de uma civilização original: tropical, mestiça e humanista". Uma "Nova Roma" como gostava de dizer
DESENVOLVIMENTO
O documentário O Povo Brasileiro, baseado no livro de Darcy Ribeiro, intitulado com o mesmo nome, é uma verdadeira significação de como se construiu a identidade nacional brasileira. A mestiçagem aparece no documentário como a grande representação do povo brasileiro. Através da mistura de “raças”, foi-se construindo a identidade cultural, identidade essa que tem matrizes relacionadas, segundo o filme, na figura do índio, do português e do negro. Mas, apesar de dessa construção ter sido originado de diferentes origens, o povo brasileiro se comporta como um povo único, como identidade própria confirmada na mistura de diferentes povos. Onde Darcy analisa as três Matrizes Étnicas, que são as formadoras do Povo Brasileiro: 1ª) o português invasor e colonizador; 2ª) os índios silvícolas vistos como seres brutais e imorais pelos colonizadores, e, 3ª) os negros africanos – aqui entendidos como uma sub-raça, igualada aos animais irracionais e devendo ser tratada como tal. Matrizes Étnicas, que vão sendo desfiguradas, mescladas, que se fundem enquanto avança o processo denominado como civilizatório, pelo invasor Lusitano.
Um povo novo que, no dizer de Darcy, se enfrentam e se fundem, fazendo surgir, "num novo modelo de estruturação societária". Para ele, essa mestiçagem fez nascer um novo gênero