O positivismo de Auguste Comte
Ora, a ideologia positiva, cai no erro do cientificismo ao excluir as outras formas de conhecimento como por exemplo o próprio senso comum. Não pode-se descartar um determinado conhecimento única e exclusavente pelo fato de ser menos rigoroso.
O erro está na exata medida de exaltar um dogmatismo sem limites, e justamente por fazê-lo, incorre no desprezo dos estratos menos favorecidos, tal ideologia serve em verdade aos interesses que senão estão vão estar no poder, ocorre portanto uma divisão social acentuada e a imobilidade dos estratos menos favorecidos é legitimada.
Em uma palavra: Se o senso comum tende a ciência e a ciência tende ao senso comum, não se poderia afirmar que tão-somente o conhecimento científico é a única forma de desenvolvimento humano.
Tanto ciência como senso comum são relevântes para o processo do conhecimento.
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Comte viveu num tempo intermediário entre o apagar das luzes do iluminismo e a era das grandes generalizações na ciência, um tempo em que o mundo natural parecia acessível à força do intelecto, no culminar do pensamento mecânico da Revolução Industrial. Auguste Comte morreu dois anos antes de Darwin publicar A Origem das Espécies, em 1859. Também não viveu o suficiente para ver a publicação de O Capital (1867-1894), por seus contemporâneos Karl Marx e Friedrich Engels, embora tivesse visto o Manifesto Comunista. Esse pequeno contexto histórico ajuda a entender a filosofia de Comte.
Não é justo julgar o passado com os critérios do presente. Comte, por exemplo, desconfiava da introspecção como meio de se obter o conhecimento, pois a mera observação altera e distorce estes estados, e insistia na objetividade da informação. Os