O populismo na politica brasileira
Resenha: Capítulo 3 – O Populismo na Política Brasileira. In: WEFFORT, Francisco. O populismo na política brasileira. Rio de Janeiro: Paz e terra S/A. 1980.
Diones Correia
Francisco Weffort, no terceiro capítulo de seu livro “O Populismo na Política Brasileira”, uma adaptação de artigo homônimo publicado em 1967 na revista Temps Modernes, número organizado por Celso Furtado, tenta explicar o que é o Populismo e como surgiu. Classifica populismo como fenômeno político, movimento político, etapa política, estilo de liderança política, ou mesmo, em certo sentido, como regime político; não especifica em que sentido. Obviamente, Weffort considera as peculiaridades e as diferenças existentes entre cada líder político tido como populista: cada um tinha seu estilo e sua política pessoal e em decorrência disso o autor afirma que é difícil encontrar neles alguma significação fundamental que os insira num conjunto único mais amplo, a não ser a preocupação com a conquista dos votos populares, ou o apelo popular em si: uma constante nos seus planos enquanto representantes do Estado.
No decorrer do texto, o autor analisa as relações existentes entre os diversos seguimentos daquela sociedade – e a relação entre as camadas populares e o representante do poder estatal – e sugere a necessidade de reavaliar, relativizando, noções como “manipulação das massas” e “passividade popular”, que permeiam as discussões sobre o que se entende como populismo (no sentido de fenômeno político), no período que compreende, para um real entendimento do contexto político em questão e do próprio fenômeno. Weffort ressalta o duvidoso caminho de assimilar esquemas de interpretação importados da Europa para entender tais relações.
Segundo o autor, o populismo surge como produto de um momento histórico particular, em conseqüência da crise das oligarquias e do liberalismo. Nesse