O ponto de mutação
O Ponto de Mutação
Trata-se de filme baseado na obra The Turning Point, de Fritjof Capra, no qual um político norte-americano (Jack), tendo perdido as eleições e estando um pouco desorientado, liga para um amigo poeta (Thomas), americano, poeta, que atualmente vive na França e o convida para passar alguns dias na França. A história passa-se nos anos 80, durante a “era Reagan”.
Convite aceito, ambos vão então dar uma volta pelas redondezas, e chegam ao Mont Saint Michel, pequena cidade medieval situada em local que, quando a maré sobe, fica ilhado, circundado de água. Lá chegando, encontram Sonia, uma cientista que está a passear sozinha depois de um pequeno desentendimento com a filha adolescente, com a qual não se entende bem.
Quando os dois amigos estão conversando em torno de um grande relógio, discutindo sobre como o homem teria conseguido com ele medir o tempo, Sonia, que estava no mesmo recinto, ouve a conversa e é convidada a nela interferir, fazendo questionamentos aos dois. A partir daí, os três passam todo o dia discutindo questões existenciais, cada um por seu prisma, ponto de vista ou, numa linguagem Gadameriana, por seu horizonte histórico (de político, poeta e cientista).
A discussão entre os três se inicia com a influência da invenção do relógio (não de sol ou de areia, mas o relógio mecânico, com ponteiros, que mede horas, minutos, segundos etc.) sobre a visão de mundo do homem. Para Sonia, o relógio, que é um “espelho” ou “modelo” da natureza, confundiu o homem, que passou a ver a natureza como um grande relógio, ou seja, passou a pensar na natureza como uma reprodução ampliada de seu relógio, e não o contrário.
O curioso é como as visões dos três são incompletas e, por isso, insuficientes, sem, contudo, serem propriamente “erradas”. O político, preocupado com os aspectos pragmáticos, com a aceitação, pelo povo (do qual se depende numa democracia), de cada idéia discutida. O poeta e a cientista, críticos da política,