“O Ponto de Mutação” é um filme interessante que pode contribuir com o entendimento do que é um pensamento multifacetado do mundo. O enredo é simples, mas bem elaborado: uma cientista que vê seus ideais traídos e desencantada com o projeto Guerra nas Estrelas, um candidato à presidência dos Estados Unidos e um dramaturgo em crise se encontram em um castelo medieval, no litoral da França. Em um único dia e em um dialogo, os três conversam sobre Descartes, Einstein, ecologia, política, física quântica, poesia e tecnologia para compreenderem os paradigmas do futuro. E com esses diálogos, os três personagens nos fazem alcançar uma nova visão de mundo, a qual estabelece relação de tudo com tudo. O filme baseia-se no livro de mesmo título, de autoria de Fritjof Capra, cujo grande tema são as forças sociais, políticas, econômicas e suas tendências e que sugere que todo ponto de mutação consiste na passagem do velho para o novo, no renovar o já envelhecido. Para que isto ocorra de maneira eficaz teremos que vencer o grande problema da humanidade como um todo: a percepção. Se a visão do homem é igual à visão de mundo e não gostamos do que vemos, nós temos que mudar nossa visão em relação a ele. A revolução da física moderna traz consigo novos valores e novas formas de ver o mundo. O Ponto de Mutação investiga as implicações e impactos do que tomava a forma de uma mudança de paradigmas, com seu ponto de partida na observação de que os principais problemas visíveis do século XX - ameaça nuclear, destruição do meio ambiente, desigualdades e exploração gritante entre Norte e Sul, preconceitos políticos e raciais, etc. - são todos sintomas ou aspectos diversos do que, no fundo, não passa de uma única crise fundamental, que é uma crise de percepção, uma percepção distorcida baseada no individualismo e na separação entre pessoas, coisas e eventos. Esta crise é promovida quando, pela educação, cultura e ideologia dominantes. O atual paradigma, que já nos deu inúmeras mostras de