O Ponto de Inflexão
A história geológica da Terra comprova que, ao longo dos aproximadamente 3 bilhões de anos em que a vida se instalou no Planeta, um ciclo de ascendência e ocaso de sucessivas espécies vem regendo o processo de evolução onde nós, seres humanos, ocupamos agora o topo da cadeia biológica. Mais do que isso, nossa total hegemonia sobre todas as demais formas de vida, além do espantoso número de seres humanos espalhados em praticamente todos os continentes, demonstra o sucesso de uma característica única reservada pela
Natureza para o Homem qual seja, o nosso livre arbítrio, a capacidade de perceber e decidir. Mais do que a incrível habilidade de coordenação motora, mais do que o elevadíssimo grau de inteligência, mais do que a capacidade cognitiva, o livre arbítrio é o ponto de inflexão de nossa espécie. Verdadeira dádiva concedida à raça humana. A partir dela alcançamos o estágio de desenvolvimento intelectual, cultural, científico e tecnológico em que nos encontramos neste momento. Suplantamos restrições físicas, dominamos processos naturais, expandimos nossa presença para além das fronteiras do planeta e alcançamos outros mundos.
No entanto, também somos uma espécie ameaçada de extinção. Não no curto prazo, mas dentro do ciclo inexorável de surgimento e extinção reservado a todas as espécies. Nosso destino está selado. Em milhares ou milhões de anos a natureza irá cobrar o seu tributo e reclamar para si a decisão soberana sobre o destino da vida no Planeta. E, da mesma forma que em algum momento de nossa pré-história flexionamos nossa curva de evolução para cima, em algum momento de nosso futuro a inflexão se reverterá e completaremos nosso ciclo de existência, sendo substituídos por uma nova espécie dominante. Assim é a evolução natural, assim se deu com as bactérias anaeróbicas; com as gramíneas; com os protozoários aquáticos; com os primeiros répteis; com os dinossauros, com os grandes mamíferos; com os primatas