o poeta e a vida boemia
O Brasil do século XIX conviveu com um número representativo de agremiações estudantis, cuja importância para a vida literária das capitais brasileiras e suas principais províncias tornou-se indiscutível. Criadas a partir dos interesses acadêmicos, sociais e políticos dos estudantes das faculdades brasileiras – nessa época, o ambiente ideal de germinações intelectuais e ideológicas das gerações que por elas passavam – essas sociedades definiram, de forma às vezes bastante conturbada, o panorama literário nacional do século XIX.
O Rio de Janeiro esboçava um roteiro cultural determinado pelas grandes figuras que compunham os ambientes mais propícios ao desenvolvimento intelectual do país. Florescia, assim, um meio favorável à integração cada vez mais intensa entre políticos, escritores e intelectuais da época. O desenvolvimento econômico do Brasil pós-independência contribuiu decisivamente para o surgimento de um ritmo de vida citadino experimentado pelos habitantes da capital do Império. Além da Faculdade de Medicina, as livrarias começavam a ser frequentadas pela parcela da população que se preocupava em discutir os rumos que o país poderia tomar.
Contudo, não só a capital do Império possuía vida literária e produções intelectuais de grande porte; as atividades políticas e culturais não paravam de crescer e de se multiplicar no bojo de uma sociedade em plena constituição. O desenvolvimento e o comércio chegavam até outras capitais do país, como São Paulo, Recife e Salvador.
Mas a época romântica conheceu também outro tipo de sociedade que se tornou muito difundida entre os estudantes brasileiros: eram as chamadas sociedades secretas, que consistiam, na maioria das vezes, em associações juvenis promovedoras de práticas excêntricas e controversas. A incidência desse tipo de associação está diretamente relacionada à vida acadêmica dos estudantes das faculdades do Brasil, já que era para as Academias de Direito e Medicina que