o poder e a fe
Este projeto de pesquisa, nasceu das experiências vivenciadas no decurso de minha vida acadêmica, como aluna do ensino médio e amadurecido nos anos subseqüentes quando ingressei no curso de História da Universidade Estadual do Ceará. Antes disso, fascinava-me e instigava-me a idéia de estudar as instituições, quer públicas ou privadas e as relações de poder que estas exerciam na sociedade e entre si. Não demorou muito para que direcionasse um interesse especial para a Igreja Católica e sua influência na sociedade brasileira. A escolha deve-se talvez ao fato de ser o Brasil o maior país católico do mundo ou ainda do nordeste brasileiro ter sido desde sempre um lugar onde se verificou e se vivenciou mais fortemente um grande sentimento de religiosidade, é no nordeste do Padre Cícero Romão Batista da Sedição de Juazeiro, de António Conselheiro ou ainda do Caldeirão, do respeito as autoridades de bispo, padres e coronéis, a criação da LEC (Liga Eleitoral Católica), tão atuante e influente nas eleições cearenses, é onde encontramos o ambiente rico e único que será utilizado como cenário para nossa pesquisa. Ao estudar a história de povos da antiguidade como Gregos, Romanos, Persas, Mesopotâmicos, entre outros, impressionou-nos sobremaneira como os poderes político e religioso uniam-se e confundiam-se num emaranhado de forças que em certos momentos pareciam conciliar elementos inconciliáveis: A institucionalização ou a racionalização da fé para uma finalidade específica, prática e totalmente legítima, naquelas sociedades. As monarquias teocráticas de Egito e Mesopotâmia nos dão a impressão de que poder político e religiosidade as vezes são faces de uma mesma moeda e de que em algum tempo na história tiveram que se separar mas, quase sempre caminharam e caminham lado a lado.
A antiga inimiga do Estado Francês volta à cena anos depois como a grande aliada de Napoleão Bonaparte, destronando reis, coroando outros,