O poder simbólico
Pierre Bourdieu
Bertrand, Rio de Janeiro, 1998.
Capítulo 1-Sobre o Poder Simbólico
Num estado de estudos em que se vê o poder por toda parte, o poder simbólico é invisível e só pode ser exercido com a cumplicidade daqueles que estão sujeitos a ele. A tradição neo-kantiniana trata os universos simbólicos (arte, religião, língua, ciência, etc.) como instrumentos de conhecimento e construção do mundo. Durkheim avança e considera essas formas simbólicas como arbitrárias e socialmente determinadas. Neste sentido, a análise estrutural é instrumento que permite apreender a lógica específica de cada lógica.
Segundo Bourdieu, os sistemas simbólicos exercem um poder estruturante (conhecer o mundo), na medida em que são também estruturados. E a estruturação decorre da função que os sistemas simbólicos possuem de integração social para um determinado consenso. O consenso aqui apresentado é o da hegemonia, ou seja, de dominação.
Assim, as relações de comunicação são, de modo inseparável, sempre, relações de poder que dependem, na forma e no conteúdo, do poder material e simbólico acumulados pelos agentes (BOURDIEU, 1998:11). O que ocorre é uma relação de luta, principalmente, simbólica que as diferentes classes estão envolvidas para imporem a definição do mundo social conforme seus interesses.
Os sistemas simbólicos diferenciam-se segundo sua instância de produção e de recepção. E a autonomia de determinado campo constitui-se na medida em que um corpo especializado de produtores de discursos se desenvolve. O poder simbólico como poder de constituir o dado pela enunciação, de fazer ver e fazer crer (...) só se exerce se for reconhecido (BOURDIEU, 1998: 14). E deste modo, o poder simbólico é uma forma transformada e legitimada de outras formas de poder. Capítulo 2- Introdução a uma Sociologia Reflexiva
Neste capítulo Bourdieu aponta o circuito de uma pesquisa, estratégias, características. O modo de produção científica