O Poder Simbólico

O presente trabalho tem por objetivo discorrer acerca dos levantamentos feitos por Pierre Bourdieu ao definir o conceito de “poder simbólico”, além de reiterar a relevância do mesmo quando da análise da realidade histórico-social atual.

No capítulo I do livro tratado, o autor dispõe-se a elucidar questões em um breve balanço “Sobre o Poder Simbólico”. Das apropriações neo-kantianas a respeito do conceito, passando por Durkheim, Marx e Weber, Bourdieu vai esboçando não uma Teoria dos Símbolos, mas um esforço de compreender o poder simbólico presente nas relações sociais. O autor toma o tema, a princípio, dividindo-o em dois eixos de compreensão, o primeiro que aborda os Sistemas Simbólicos como estruturas estruturantes, e o segundo que o aborda como estruturas estruturadas. Antes, porém, faz-se necessário a compreensão da importância da identificação do Poder Simbólico. Para Bourdieu
“(...) é necessário saber descobri-lo [o poder simbólico], onde ele se deixa ver menos, onde ele é mais completamente ignorado, portanto, reconhecido: o poder simbólico é, com efeito, esse poder invisível o qual só pode ser exercído com a cumplicidade daqueles que não querem saber que lhe estão sujeitos ou mesmo que os exercem”.
Inferimos, então, que o poder simbólico é utilizado – consciente ou inconscientemente – como instrumento de dominação, podendo ambos os lados da correlação de forças – tanto o dominador como o dominado – ter ou não consciência do exercício do poder, e este só da nessa relação de “cumplicidade” entre ambos os lados, mas não uma cumplicidade passiva, e mais para frente compreenderemos este ponto. Essa correlação de forças e o exercício desta dominação e assujeitamento pode ser verificado no processo da luta de classes, no qual a classe dominante exercerá sobre a classe dominada a pressão necessária para manter-se no poder, para isso, não apenas serão utilizados instrumentos de dominação como a repressão e a coerção – que são facilmente acionados