O PODER SIMBÓLICO DO JORNAL NA DITADURA CIVIL - MILITAR BRASILEIRA
O poder simbólico do jornal na Ditadura Civil-Militar brasileira: a cobertura do assassinato do estudante Edson Luís na Folha de S. Paulo e Jornal do Brasil 1
Talita Souza Magnolo 2
Universidade Federal de Juiz de Fora
RESUMO
Este artigo pretende realizar um breve estudo da cobertura da Folha de S. Paulo e do Jornal do
Brasil sobre o assassinato do estudante Edson Luís, no dia 28 de março de 1968, no Rio de
Janeiro. Interessa-nos, em particular, a análise de manchetes e chamadas de matéria. A questão principal do trabalho é – através do estudo sobre concepções e tipologias de poder, bem como o campo político – compreender o poder simbólico exercido pelo jornal impresso da época. O trabalho ainda apresenta um breve histórico do período ditatorial e do jornal impresso no Brasil.
O artigo é finalizado com a análise da cobertura do caso Edson Luís na Folha de S. Paulo e no
Jornal do Brasil. A condução de nossa pesquisa usará como metodologia o estudo das histórias dos jornais em questão e análise das manchetes e chamadas de matéria nos dois dias que sucederam o assassinato do estudante. A análise se articulará às questões de poder bem como opinião e a imagem pública disseminada pelos impressos.
PALAVRAS-CHAVE: Ditadura Civil-Militar; Poder; Imagem; Jornal; Opinião pública.
1 – INTRODUÇÃO
De uma maneira geral, os meios de comunicação de massa tiveram grande importância e participação nos anos de Ditadura no Brasil. Cada um, com suas características específicas, contribuiu de alguma forma para a disseminação de informações, conteúdos, notícias, músicas, programas, entre outros. O jornal impresso, enquanto um dos veículos mais tradicionais, desempenhou papel importante levando à sociedade notícias e coberturas de fatos marcantes dentro do cenário nacional. O principal objetivo deste trabalho é entender qual foi o posicionamento de dois importantes jornais – Folha de S. Paulo e Jornal do Brasil – da época