O PLANO REAL: UMA ANÁLISE DA INFLAÇÃO (1994-1998)

RESUMO: Para diminuir as taxas de inflação que corroia a economia brasileira desde a década de 1980, foi criado, depois de fracassados planos econômicos, o Plano Real. Este foi pré-anunciado em três estágios: um ajuste fiscal para equilibrar o orçamento do governo; a introdução de uma nova unidade de conta estável, denominada URV, para alinhar os preços relativos mais importantes da economia; e converter essa nova unidade de conta à nova moeda do país. Assim foi feito, e as taxas de inflação passaram de patamares altíssimos (acima de 40%) para pequenos níveis (menos de 3% ao mês). Desta forma, o combate à inflação de caráter inercial teve êxito.

PALAVRAS-CHAVE: Plano Real, inflação, inercial.

1. INTRODUÇÃO Desde meados da década de 1980 o Brasil vinha sofrendo graves elevações inflacionárias, tentando minimizá-las através de plano econômicos que não tiveram o sucesso esperado. No início da década de 1990 as inflações anuais acumuladas chegavam a passar a casa dos 1000%, levando, junto com outras questões como a corrupção, ao impeachment do então Presidente da República, Fernando Collor de Melo. Com o objetivo principal de acabar de vez com a elevada inflação brasileira (considerada, por economistas, de caráter inercial), foi elaborado pelo Ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, e sua equipe econômica, o Plano Real. Em 1994, Fernando Henrique Cardoso se candidata a Presidência da República, vencendo as eleições e assumindo o seu primeiro mandato como presidente em Janeiro de 1995. Este artigo tem como objetivo descrever as medidas adotadas pelo Plano Real para promover a estabilização dos preços, e analisar se essas medidas tiveram sucesso no combate à inflação, num período que corresponde de Fernando Henrique Cardoso como Ministro (1994) até o fim de seu primeiro mandato como Presidente da República (1998). O artigo está dividido, além da introdução e da metodologia, em quatro partes: a primeira é um referencial teórico sobre a teoria