O pesquisador no cotidiano
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“O Pesquisador Conversador no Cotidiano”, argumenta sobre outra perspectiva sobre campo: A visão clássica e ainda dominante de “campo” na psicologia social é de um lugar onde as pessoas podem ser vistas no seu habitat “natural”, que existe num lugar específico, e quando o pesquisador não está mais naquele lugar, não está mais no campo. Estar no campo pode ser um período intenso de viver junto, ou simplesmente uma série de visitas; e há disputas interdisciplinares sobre o quanto de tempo constitua um trabalho de campo“de verdade. (Spink, 2008. pág. 73) Além disso, participar do cotidiano da UBS foi de suma importância para entendermos como funciona a rotina dos trabalhadores, suas dificuldades, seus anseios e expectativas também em relação ao poder público e aos usuários. Portanto, para que fosse realizada uma pesquisa com as diferentes concepções de saúde que os usuários apresentam, foi necessário saber como funciona essa UBS, e mais ainda, verificar e participar da rotina dos funcionários, seja nas visitas, conversando com os agentes comunitários seja no cafezinho e conversando com os auxiliares administrativos, enfermeiros, nutricionista, educador físico, psicólogo.
Toda essa prática foi registrada por meio de diários de campo com base em pesquisa qualitativa. Sobre essa postura de adentrarmos no cotidiano, ora dos trabalhadores com conversas na rua indo com eles até as visitas, no café, ora com usuários da saúde nas filas de espera, nas suas casas, nas ruas dos bairros atendidos pela
UBS, na terapia comunitária, Spink cita:
Seu propósito é de chamar atenção para a importância do acaso diário, dos encontros e desencontros, do falado e do ouvido em filas, bares, salas de espera, corredores, escadas, elevadores, estacionamentos, bancos de jardins, feiras, praias, banheiros e outros lugares de breves encontros e de passagem. Com a expressão “micro lugares”, busca-se recuperar a noção da psicologia social