O perigo de não dormir
Não pregar os olhos durante a noite traz inúmeros problemas, desde baixa imunidade até acidentes de trabalho
Os efeitos de uma noite mal dormida ou mesmo em claro ficam, literalmente, estampados na cara. Além das olheiras, o ar cansado de quem está com os pensamentos inquietos é apenas algumas das consequências do martírio noturno. A insônia, contudo, tem efeitos menos aparentes e bem mais perigosos do que apenas cansaço no dia seguinte. Segundo especialistas, quem sofre com a dificuldade para dormir está mais propenso a desenvolver diversos problemas de saúde, como distúrbios respiratórios, fibromialgia e doenças ligadas à tireoide. Não dormir também está associado a questões econômicas e mesmo de segurança pública. O insone produz menos no trabalho e os motoristas sonolentos representam um perigo nas estradas e nas vias urbanas.
Muitas vezes menosprezada, a insônia costuma ser encarada como simples consequência de dias difíceis ou resultado de preocupações futuras. Acreditar nisso, porém, é minimizar a questão, que merece mais cuidado. O problema virou foco da atenção de médicos e especialistas e está no centro das rodas de discussão científica atuais. Em junho deste ano, cientistas e pesquisadores do mundo inteiro reuniram-se em Boston, nos Estados Unidos, para a Sleep 2012, conferência mais importante e respeitada sobre o tema.
A preocupação não é injustificada. Segundo dados da Associated Professional Sleep Societies (Associação Profissional das Sociedades do Sono), entidade que realiza pesquisas relacionadas ao sono em todo o mundo, a insônia faz parte da rotina de 10,2% a 40% da população mundial. A mesma pesquisa reforça que o ritmo frenético de cidades movimentadas, como São Paulo, se reflete nos hábitos noturnos dos moradores. Na capital paulista, por exemplo, a taxa de insones atinge cerca de 45% das pessoas.
O sinal de alerta, de acordo com os critérios adotados pela Associação Brasileira do Sono (ABS), é dado quando a