O percurso histórico de inserção da psicologia no contexto das políticas sociais
Célia Regina da Silva
Para analisar o percurso histórico da psicologia no que diz respeito a sua inserção nas políticas públicas baseio-me fundamentalmente no artigo: “Políticas Sociais: “Terceiro Setor” e “Compromisso Social”: perspectivas e limites do trabalho do psicólogo”.
Inicialmente, para pensar na inserção da psicologia no âmbito das políticas públicas é necessário destacar seu caráter de ciência e profissão. Não é possível compreender o movimento de inserção social das praticas psicológicas sem evidenciar esse duplo aspecto. Como profissão a nossa ciência tem demandado reflexões e questionamentos acerca da função social do psicólogo, tendo em vista que, ao tornar-se profissão ela adquire legitimidade legal e social para avançar como prática cotidiana.
Entretanto, para compreendermos a chamada função social do psicólogo na atualidade, cabe voltarmos às origens da psicologia tanto como ciência quanto como profissão, visando analisar alguns determinantes presentes na condição atual da psicologia. Cabe, portanto, que não nos esqueçamos do caráter burguês presente no processo que deu origem às descobertas e práticas psicológicas, bem como o papel adaptativo e de reprodução da ordem vigente presente nas expectativas e motivações que impulsionaram o avanço da psicologia na sociedade capitalista. A contradição presente nessa forma de organização social, além de aprimorar as formas de exploração dos trabalhadores, que é característica da sociedade capitalista, contraditoriamente impulsiona o processo democrático, o que leva a uma institucionalização dos direitos humanos como conquista universal e á defesa da cidadania de todos. Esses aspectos vão tornando-se cada vez mais presente nos discursos e nas leis. É dessa tensão entre os interesses da acumulação do capital e as necessidades dos cidadãos que se estabelecem as políticas de bem estar social, principalmente na saúde