O Pequeno Albert

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1. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O “PEQUENO ALBERT”

FIGURA 1 – Watson realizando experimento com o pequeno Albert.

Fonte: http://centrodeatencaocognitiva.blogspot.com.br/2012/11/historia-da-psiquiatria-ivan-petrovitch.html
1.1 Resumo
O artigo de Watson e Rayner (1920), conhecido como o caso do "Pequeno Albert", é considerado um clássico na história da psicologia. Em tese, seria uma das primeiras e mais vigorosas demonstrações de como o medo poderia ser aprendido através de condicionamento pavloviano. Dele, teriam sido derivadas algumas técnicas de contracondicionamento utilizadas até hoje de modo eficaz no enfrentamento de fobias. Contudo, é possível identificar um descompasso entre o modo como tal pesquisa é apresentada na literatura (uma referência de rigor experimental e criatividade interpretativa) e o próprio artigo examinado no original (rico em problemas metodológicos e inconsistências teóricas). O objetivo do presente ensaio é apresentar e avaliar criticamente o referido artigo clássico, identificando suas virtudes e limitações. São discutidos alguns problemas de procedimento e de interpretação como: o uso de punição positiva, além do programado pareamento entre estímulos, e a ausência de dados consistentes, atestando a aquisição de medo generalizado. As falhas metodológicas também se confirmaram nas tentativas malsucedidas de replicar o experimento nas décadas de 1920 e 1930. Discutem-se a possível origem dos problemas, os equívocos potenciados e cristalizados pela literatura secundária e as contribuições reais do estudo.
1.2 Parte I: o contexto da proposta behaviorista de Watson e do experimento "pequeno Albert"
A psicologia norte-americana no início do século XX foi marcada por uma crescente insatisfação com o método introspectivo de Wundt e Titchener, incapaz de identificar as regularidades buscadas por qualquer ciência e de resolver seus impasses teóricos por meios objetivos que dispensassem o uso da autoridade (Marx & Hillix, 1973; Schultz &

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