O Pensamento M Tico
Curso: Filosofia
Disciplina: História da Filosofia Antiga
Professor: Geová Nepomuceno Mota
O pensamento mítico
Quando pensamos em mitos, hoje, imediatamente lembramos de alguns mitos gregos, como o de Pandora, que abriu a caixa proibida — de onde saltaram todos os males, e onde ficou presa a esperança —, ou ainda do saci-pererê, de Tupã e outras lendas que povoaram a nossa infância e que têm origem nas culturas indígena ou africana.
Para nós, portanto, os mitos primitivos não passam de histórias fantasiosas que são contadas ao lado das histórias da Branca de Neve ou da Bela Adormecida. O mito, porém, não é isso. Quando vira uma história, uma lenda, ele perde a sua força de mito.
l. O que é o mito
O mito, entre as sociedades tribais, é uma forma de o ser humano se situar no mundo, isto é, de encontrar o seu lugar entre os demais seres da natureza. É um modo ingênuo, fantasioso, anterior a toda reflexão, e não-crítico de estabelecer algumas verdades que não só explicam parte dos fenômenos naturais ou mesmo a construção cultural, mas que dão, também, as diretrizes da ação humana. Devemos salientar, entretanto, que, não sendo teórica, a verdade do mito não obedece a lógica nem da verdade empírica, nem da verdade científica. É verdade intuída, que não necessita de provas para ser aceita. Por essa razão, quando existem várias versões do mesmo mito, não nos devemos preocupar em estabelecer uma versão autêntica, pois é o conjunto dessas versões que constituem a sua realidade.
O mito nasce do desejo de entender o mundo, para afugentar o medo e a insegurança. O ser humano, à mercê das forças naturais, que são assustadoras, passa a emprestar-lhes qualidades emocionais. As coisas não são mais matéria morta, nem são independentes do sujeito que as percebe. Ao contrário, estão sempre impregnadas de qualidades e são boas ou más, amigas ou inimigas, familiares ou sobrenaturais, fascinantes e atraentes ou