o papel do psicólogo em ambiente hospitalar
1. INTRODUÇÃO
O hospital nasce no final do século XVIII (Foucault, 1979) com a finalidade de atendimento a uma demanda social da época, uma forma de assistencialismo aos pobres, na qual sua conotação era religiosa, como um ato de caridade e que por consequente garantiria a salvação eterna. Não havia a existência de uma finalidade de cura, o local era tido como um “morredouro”(grifo do autor), ou seja, os enfermos eram direcionados ao hospital com o objetivo de passarem seus últimos momentos em vida.
Era uma prática de separação e exclusão, visto que era tido como um local perigoso, de um possível contágio. Até então a medicina não era uma prática hospitalar, sua função não aparece inicialmente no hospital, pois o médico era um prognosticador, árbitro e aliado à natureza contra a doença. Este ia ao encontro do paciente e com sua incorporação ao hospital passou a ir de encontro à doença.
A modificação da finalidade da Instituição hospitalar se deu devido à necessidade de uma prática curativa nos soldados feridos de guerra. Partindo-se do pressuposto que os mesmos eram difíceis de serem repostos, por terem sido treinados ao manuseio de armas complexas de guerra, e por fim necessitavam de tal atendimento para que pudessem se reestabelecer e retornar à guerra. Sendo assim, os médicos começaram a serem convocados a atuar no ambiente hospitalar.
A Psicologia Hospitalar faz parte de um campo de atuação da Psicologia da Saúde e se refere à prática do psicólogo dentro do contexto hospitalar, essa se apodera da utilização de diversas teorias que são adaptadas ao contexto hospitalar (Chiattone, 2000). Tal multiplicidade ou pluralidade pode ser vista como um dos impasses ao campo epistêmico da psicologia, bem como a não existência de um paradigma e sim de um estado pré-paradigmático da área.
Felício (1998) aponta a polêmica existente na década de oitenta referente a essa prática, no entanto esta já vinha sendo realizada