O papel do Mercosul na PEB contemporânea
Resumo
O MERCOSUL foi um grande passo para as relações dos Estados do Cone Sul, sendo inovador por ir na direção oposta de anos políticas autonomistas na região. No entanto, depois de 20 anos de avanços e retrocessos, o bloco vem se mostrando uma iniciativa instrumental, pouco valorizada como um fim em si mesmo por seus membros.
Oferece-se um histórico do MERCOSUL e se procura analisar sua situação atual com relação aos objetivos da política externa do Brasil como uma nação em ascensão de forma a demonstrar o carater pragmático da política externa brasileira.
Apesar de tradicionalmente, as relações do Brasil com seus vizinhos do cone sul serem marcadas por desinteresse, na segunda metade do século XX passaram a ser privilegiadas políticas de aproximação regional. No entanto, embora este objetivo tenha se desenvolvido na instituição do MERCOSUL, ela se encontra ameaçada hoje, sendo preterida na política externa brasileira em prol de outros projetos.
Segundo CERVO e BUENO (2002), a diplomacia rasileira, realista, ignorava os
Estados vizinhos quando não os via como ameaças aos interesses estratégicos brasileiros. Quando isto ocorria, como em questões como o Controle do Prata e a disputa pela hegemonia na região com a Argentina, predominava a rivalidade.
As idéias de integração e cooperação econômica na América Latina ganharam força e o Brasil se aproximou de seu entorno regional somente na segunda metade do século XX, após grande evolução econômica mundial, que gerou grande circulação de bens, capitais e tecnologias entre as fronteiras, e o exemplo positivo da Comunidade
Econômica Européia. Inspirados nos estudos da Comissão Econômica para o
Desenvolvimento de América Latina (CEPAL), e com o fim de industrializar a América
Latina e fortalecer o mercado intra-regional, Brasil e seus vizinhos esperavam que a integração regional,