O Papel do jornalista político como agente transformador e uma breve análise sobre a cobertura do “Mensalão”
Por Tânia Giusti
Informar é fácil. Narrar um fato, explicar quando, como, e onde aconteceu é simples. Responder esses questionamentos, o chamado “Lead”, é o primeiro conteúdo ensinado nos cursos de Jornalismo de qualquer faculdade. Ao mesmo tempo, os futuros profissionais são informados que eles devem ser imparciais, ou seja, não podem emitir opinião ao narrar esses acontecimentos.
Entretanto, é de conhecimento geral que é extremamente difícil ser imparcial. Somos seres humanos, carregados de valores éticos e morais. Além disso, cada um tem uma personalidade, ou seja, por mais que um repórter se esforce algum traço de sua ideologia estará presente no texto, como reforça o repórter Victor Viana, em matéria publicada no site Observatório da Imprensa no dia 09 de abril de 2013.
“Apurar um fato já conta como um ato de parcialidade. Escolhemos a fonte que acreditamos ser a melhor, os ângulos que pensamos serem os mais próprios, a pauta que imaginamos interessar o leitor ou – quem tem coragem de assumir, que assuma – o editor. Quando escrevemos colocamos em colunas encabeçadas por leads o que achamos mais importante ou interessante. A decisão é do jornalista e não do fato. Assumir-se neutro já consta como um ato não parcial, visto que declarar-se assim já é uma posição que se toma diante de alguma coisa”. (VIANA, 2013, p.1)
Em se tratando de jornalismo político, o cuidado é ainda maior, ou pelo menos deveria, pois a política já é por si só um assunto polêmico e carregado de ideologias. Porém, o que assistimos e lemos atualmente nos leva a uma reflexão de que o mínimo de imparcialidade, aquele que devemos nos esforçar para manter, está sendo abandonada.
Podemos citar como exemplo, a cobertura que a imprensa fez no julgamento da Ação Penal 470, o “Mensalão”, comparados a outros escândalos políticos. Fatos inéditos ocorreram durante todo o processo,