O papel do gestor cultural
As condições para o surgimento da gestão cultural como campo profissional começam a ser tecidas a partir do intenso processo de globalização e estabelecimento de redes tecnológicas e comunicacionais pelo mundo. Embora este processo tenha sido iniciado já na segunda metade do século XX, pode-se dizer que no Brasil é apenas em meados da década de 80 que as discussões sobre a gestão cultural começam a tomar corpo.
A partir deste período, o país adentra no processo de criação de suas instâncias públicas de cultura (o Ministério da Cultura é criado em 1985) e inicia a institucionalização de secretarias e fundações estaduais de cultura. Paulatinamente, tem-se a constituição de um mercado de trabalho de produção e gestão cultural, ao mesmo tempo em que se observa a sistematização das fontes de financiamento à cultura.
Essa reflexão acerca dos primeiros marcos para a constituição desta área como profissão, leva à compreensão de que é um campo de trabalho extremamente recente, e que ainda encontra-se em fase de estruturação e consolidação, não só no Brasil, mas também em outros países, com maior ou menor amadurecimento.
Para discorrer acerca do papel do gestor cultural, é necessário um exercício de delimitação da atuação deste profissional, já que se sabe que as possibilidades de ocupação de postos de trabalho são bastante variadas. Este é um setor profissional que pode atuar tanto em âmbito do poder público e da incitativa privada, quanto em âmbito do terceiro setor, inserido em ONGs, OSCIPs e Organismos Internacionais, os quais estão cada vez em maior abrangência e expansão no mercado cultural.
No âmbito do Poder Público, o gestor cultural tem possibilidades bastante desafiadoras e com alta carga de responsabilidade. Isso porque ele atua na formulação e gestão das políticas públicas de cultura, na elaboração de programas e ações que irão pautar a atuação das instituições públicas de cultura, no fortalecimento e consolidação dos atuais