O papel do Brasil no mundo globalizado
Introdução
Desde 1941, quando Stefan Zweig publicou “Brasil, país do futuro”, os brasileiros se acostumaram a ler histórias sobre seu país com verbos no futuro. Seguido nos perguntamos se este futuro de há muito esperado algum dia se realizará de acordo com nossas expectativas.
Estamos nos esforçando ao máximo para que isso aconteça. Depois de um longo período caracterizado por períodos sucessivos de autoritarismo e de turbulência econômica, o Brasil conseguiu construir uma democracia estável e chegou à estabilidade macro-econômica. Dada a nossa dúbia tradição de convívio com altos índices de inflação e com instabilidade econômica, isso é uma conquista muito significativa. Apesar do constante confronto político, as instituições desfrutam de grande solidez. A economia vem crescendo com constância e todos os indicadores parecem apontar para a boa direção.
Será isto suficiente para levar o Brasil ao futuro vislumbrado por Stefan Zweig? Esperemos que sim. Mas para ter sucesso, além de manter sua estabilidade política, social e econômica, o Brasil deve enfrentar desafios complexos derivados do contexto internacional.
Não é possível que consigamos atender a estes desafios contando apenas conosco mesmos. Por toda parte os acontecimentos nos lembram dramaticamente de que, embora os riscos globais emoldurados pelo antigo confronto entre Oeste e Leste tenham sido superados num mundo hoje globalizado, a estabilidade [mundial] ainda está muito longe de nosso alcance. Nos bastidores da simplicidade aparente de um modelo unipolar, entrevê-se uma série de elementos que apontam para ambigüidades, dispersão e carência de funcionalidade. Tudo isso exige reflexão criteriosa e ação concertada, se queremos preservar a paz, a segurança, o desenvolvimento e o crescimento numa escala global.
Os mecanismos de cooperação internacional, bem como os processos de organização em escala mundial não se desenvolveram à altura de se