O paciente psiquiátrico-O corpo que temos e o corpos que somos
Esta não é a realidade do paciente. Ele sente que seu coração está doente. "Será que o paciente está errado? " Indaga Van Den Berg. "Quem poderia duvidar de exames sofisticados, modernos e científicos? Será que conseguimos isolar o nosso corpo daquilo que sentimos com este corpo?" Nós somos o nosso corpo e nós temos um corpo. Vivemos numa cultura onde o corpo pertence ao mundo material proporcionando enormes avanços na medicina científica. Pois um corpo que é material pode ser dissecado e assim entendido e explicado. Porém o corpo que somos não pode ser dissecado. O paciente do livro fala de um coração que poderá quebrar frente a um gesto ou olhar, o médico não encontra fraturas. Médico e paciente falam de órgãos distintos. O corpo que somos possui órgãos distintos do corpo que temos. Um estudante de medicina cometerá um erro se ao acariciar a mão de sua namorada estiver vendo nesta mão: veias, músculos e nervos. Pois a mão da namorada não se encontra em nenhum livro de anatomia ou de fisiologia, exemplifica
Berg.
E quantas vezes, não nos deparamos em nosso dia-a-dia sem nos darmos conta disso? Ouvimos pessoas que se queixam por sentirem-se gordas embora não consigamos perceber nenhuma gordura