O orgulho humano no nosso dia-a-dia
Rodolfo Rodrigues de Lima
Talvez não percebamos, mas nós humanos somos seres dotados da mais elevada forma de orgulho que pode existir. Talvez esse já seja um dado digno de orgulho. Por mais modestos que sejamos nunca perderemos a característica do orgulho, da vaidade, exatamente pelo fato de sermos humanos. Provavelmente esta seja uma característica tão peculiar a nós que já estejamos acostumados, adaptados a tal fato, o que nos impede de perceber isto reflexivamente. Este raciocínio pode ser exemplificado de diversas formas, de fatos existentes até mesmo no nosso cotidiano. O fato de se perguntar as horas a um desconhecido denota bem a ideia pretendida. Qual a razão de se saber o número das horas? Talvez uma pessoa organizada afirme que use o tempo marcado no relógio para controlar suas atividades. Não parece pretenciosismo humano querer controlar, ‘apenas’, o tempo? O relógio, nesse sentido, é uma manifestação pura e clássica do orgulho humano estampado no nosso cotidiano antropocêntrico. Falar de relógio remete-nos à lembrança de outra ferramenta cotidiana: o calendário. Este é um outro símbolo que pode representar a ilusória crença de controle de tempo. Fala-se tanto em datas comemorativas, como se todo natal fosse o mesmo, como se todos os dias dos pais ou das mães também o fossem o que, consequentemente, pode causar a ignorância dos demais dias do ano em que não haja alguma comemoração notória. Ora, o dia de hoje talvez não seja especial “calendariamente” falando visto que ano/semana que vem haverá outro “02/06” ou outra “segunda feira”. Esta falsa percepção decorre exatamente do fato de que, folhearmos um calendário e vermos outras ‘segundas’, outros ‘junhos’, nos faz desprestigiar cada momento que vivemos. Reiterando, cada momento deve ser vivido de forma especialíssima. Não que eu queira adotar uma filosofia de auto-ajuda. Basta você se atentar ao fato de que o momento em que iniciaste a leitura desse