O Oprimido e o Opressor
Pode-se dizer que somente o oprimido pode se libertar dos opressores, pois os que oprimem não libertam, nem se libertam. Por isto é importante a luta do oprimido para superar a controvérsia em que se encontram. Seria bom se essa controvérsia seja o surgimento de um novo homem, porque não adiantaria apenas inverter os lados, deve haver o desaparecimento desses.
A opressão é quando se constitui um ato de proibir o ser humano, por isso é necessário esse desaparecimento, os oprimidos de ontem não podem se tornar os novos opressores. Também devesse ter cuidado quando o novo poder se "em burocracia" dominadora, pois assim se perde a dimensão desta luta e já na à libertação. A situação concreta de opressão e os opressores
Com o estabelecimento de uma nova situação, de uma nova realidade onde os oprimidos se libertam, os opressores não reconhecem essa mesma libertação, na verdade vão se sentir os novos oprimidos. Isso acontece porque para eles, acostumados no poder de oprimir, tudo que não é oprimir significa oprimir eles.
É que, para eles, a pessoa humana são apenas eles. Os outros são classificados como "coisas". Para eles, há apenas um direito - o seu, diante do direito de sobreviverem, que talvez nem sequer o reconheçam, mas somente admitam aos oprimidos. Isto porque, afinal, é preciso que os oprimidos existam, para que eles existam e sejam "generosos".
Em verdade, estabelecida uma situação de violência, de opressão, ela gera toda uma forma de ser e de se comportar dos nela envolvidos.
Esta violência, como um processo, costuma passar de geração em geração, que vão fazendo legados dela e formando-se no seu meio geral. Este meio cria nos opressores uma consciência fortemente possessiva. A posse do mundo e dos homens, fora da posse concreta, irreal, do mundo e dos homens, os opressores não entendem a si mesmos. Diria Fromm que, sem esta posse, "perde contacto com el mundo". Dai que que estão sujeitos a transformar tudo o que os