o novo ouro
Com enormes reservas já identificadas, o Brasil se prepara para entrar novamente na corrida internacional pela produção de terras raras, cobiçados elementos químicos indispensáveis à vida moderna. Depois de chegar a ser um dos maiores produtores do mundo na década de 1990, o país, hoje com o setor estagnado, precisa correr atrás do tempo perdido para encarar um mercado dominado pela China. A empreitada divide especialistas quanto a sua viabilidade tecnológica, econômica e ambiental.
Onovo
ouro
Sofia Moutinho
Ciência Hoje/RJ
L
antânio, cério, neodímio, európio, térbio, túlio, lutécio, samário. O leitor pode até não conhecer esses elementos, mas, muito provavelmente, depende deles no seu dia a dia. Não só o leitor como todo o mundo. Conhecidos como terras raras, eles integram um grupo de 17 elementos indispensáveis na atual indústria de alta tecnologia. Motores elétricos, turbinas eólicas, superímãs, telefones inteligentes, computadores, tablets, lâmpadas de LED e fluorescentes, mísseis e muitos outros produtos levam terras raras em sua fabricação.
Não é à toa que esses elementos são alvo de uma competição internacional, semelhante à velha corrida pelo ouro, que pode ter o Brasil como um de seus concorrentes. Hoje, a China detém as maiores reservas conhecidas de terras raras, cerca de 36 milhões de toneladas, e controla 95% da produção mundial
– um verdadeiro monopólio. Sua principal mina, Bayan-Obo, na Mongólia, produz em torno de 120 mil toneladas de elementos de terras raras por ano. Estados Unidos e Austrália vêm logo atrás, com 6,4% e 3,6% da produção mundial, respectivamente. O Brasil nem entra nessa lista. Apesar de ter reservas conhecidas desde o final da década de 1940, não há produção industrial de terras raras por aqui.
Mas esse cenário pode estar prestes a mudar. Somada à pressão econômica mundial, está a recente descoberta de enormes reservas de terras raras em
Araxá (MG). Este ano, a Companhia Brasileira de