O novo modus operandi do terrorismo

O “MODUS OPERANDI” DO TERRORISMO DO SÉCULO XXI
Ao longo das últimas décadas o terrorismo passou a dominar a agenda internacional. De 1989 para 2001, a natureza e a forma de terror mudaram. No passado, o inimigo era conhecido, estável e familiar. Durante a Guerra Fria, as ameaças estratégicas eram pesadas, estáveis, lentas, identificáveis, quase familiares, são exemplo disto é o “Pacto de Varsóvia”. Até mesmo a ameaça terrorista era estável e explicável. Hoje, o inimigo é evasivo, imprevisível e incompreensível, mas da mesma forma perigoso.
No mundo actual o terror é baseado na violência assimétrica permanente, sem uma origem clara, que pode surgir em qualquer lugar, típica do mundo tendencialmente unipolar do pós-guerra fria.
Esta nova forma de terror “passou a ser a forma de fazer a guerra da parte dos fracos contra os poderosos,”1 constituindo uma “forma de combate subversivo com uma expressão nunca vista, passando a constituir uma das frentes senão a mais importante, da fase a que já se chamou de “Terceira Guerra Mundial” ”2.
Esta tipologia de terrorismo “transnacional parece, assim, não considerar sequer limites éticos, nem de qualquer natureza, assumindo uma possibilidade de actuação à escala global, conjugando a violência tradicional, decorrentes de atentados e acções bombistas, com a utilização do ciberespaço e de meios de destruição maciça.”3
A erupção fulminante do denominado “terrorismo de segunda geração”4 ou “super-terrorismo”5 , “ refere-se a uma nova fase da avançada terrorista abrangendo meios cada vez mais poderosos e letais, designadamente de natureza biológica, química, e nuclear, de concepção e execução transnacional, correspondendo à época final do século XX e ao inicio do século XXI”6. Em virtude da inovação das suas tácticas e estratégias, fundamenta-se numa ideologia radical e fundamentalista que se manifesta através do jihadismo salafista, em que o inimigo não tem rosto, a ameaça é desterritorializada, o armamento desmilitarizado e o