O noviço
Luís Carlos Martins Pena nasceu em 1815, no Rio de Janeiro, onde passou a maior parte de sua vida. Estudante da Academia de Belas-Artes dedicou-se à atividade literária, tendo publicado folhetins no Jornal do Comércio.
Foi entre nós, o fundador do Teatro de Costumes, onde a sátira tem como personagem a sociedade brasileira de então, suas convenções ultrapassadas, hipocrisias e corrupções. Foi decisivo o seu passo na evolução do teatro brasileiro, assim como foi patente a contribuição histórico-sociológica, além da linguística; e sobre aquela já afirmava Silvio Romero que, se todos os documentos e fontes históricas nos faltassem seria possível reconstruir a vida da sociedade brasileira tão somente através das comédias de Martins Pena.
Alcançou muito sucesso junto ao público, uma vez que a linguagem e o ambiente de suas peças são predominantemente populares e retratam de forma viva e pitoresca a sociedade da época.
Escrevendo farsas alegres, trazem um pré-realismo de sabor popular. Ora em cenário de ambiente rural, resgata os valores do homem do campo, sua cultura tradicionalista, seu moralismo; ora, de ambientação urbana, traça um painel da sociedade de seu tempo, denunciando-a.
O aspecto cômico chega por vezes tornar-se caricatural apresentando em suas peças elementos “típicos”, “caricaturais” da comédia pastelão.
Martins Pena escreveu vinte e duas comédias e seis dramas. Morreu em 1848, Lisboa, vítima de tuberculose. É patrono da cadeira 29 da ABL.
II – ESTILO LITERÁRIO:
Comédia romântica em três atos, encenada pela primeira vez em 1845, no Teatro de São Pedro, Rio de Janeiro.
A peça toda lembra as comédias pastelões dos anos 10, com personagens caricatos, situações mirabolantes, perseguições e violência gratuita.
As características românticas de “O Noviço” são o maniqueísmo, o "happy end", a temática da liberdade e a presença da cor local. Mas existem alguns elementos nesta peça que não se ajustam ao romantismo, como por exemplo, a