O normal e o patológico - contribuições sobre discussões sobre o estudo da psicopatologia
O normal e o patológico: contribuições para a discussão sobre o estudo da psicopatologia
Thiago Loreto Garcia da Silva
Alice Einloft Brunnet
Daniele Lindern
Adolfo Pizzinato
Canguilhem, G. (2002). O normal e o patológico. 5.ed. rev. aum. Rio de Janeiro: Forense
Universitária.
A delimitação entre o que pode ser considerado normal e o que deve ser tido como
“patológico” é uma questão que gera constantes discussões conceituais. No terreno da psicopatologia, essa discussão ainda é mais relevante, já que sua demarcação é muito mais Àutuante e suas fronteiras pouco rígidas.
Com o intuito de pôr esta questão em debate, o livro “O Normal e o Patológico” de Georges Canguilhem, publicado pela primeira vez em 1943, ainda é referido como bastante atual por contribuir com uma forte argumentação explorando diferentes visões acerca do que pode ser concebido como saúde ou doença e as políticas terapêuticas implicadas nessas visões (SERPA, 2003).
Retomando historicamente a perspectiva positivista, Canguilhem critica a visão de que o patológico seria apenas uma variação quantitativa do normal. Considerando que há uma in¿nitude de possibilidades ¿siológicas e contextuais no processo da vida, estabelecer uma norma para que se possa a¿rmar a existência de saúde ou doença apenas transforma estes conceitos em um tipo de ideal. Porém, a rigor, isso implica um ideal vago e que nunca é alcançado, principalmente quando o indivíduo é visto em relação ao seu contexto e às características únicas em sua totalidade. Assim, Canguilhem questiona a visão de que doença pode ser efetivamente uma realidade objetiva – alheia ao processo de vida do sujeito – acessível ao conhecimento cientí¿co quantitativo, e ainda a¿rma em oposição a esta visão de que a continuidade de estágios intermediários, não anula a diversidade dos extremos.
Indo ao encontro com as ideias de Claude Bernard, o autor ainda propõe que haja uma diferenciação