O normal e o patológico em emile durkheim
1. Apontamentos básicos sobre Émile Durkheim.
Émile Durkheim nasceu da cidade de Épinal na Alsácia em 15 de abril de 1858. Estudou com Foustel de Coulanges e formou-se em filosofia em Paris. Em 1887 foi nomeado professor de pedagogia na Faculdade de Bordeaux onde escreve suas principais obras e forma a base de seu pensamento. Em 1893 defendeu sua tese de doutorado denominada A Divisão Social do Trabalho e funda a revista L’Anné Sociologie, onde foi publicada a maior parte dos trabalhos da Escola Sociológica Francesa. Em 1902, foi convidado para assumir a função de professor-suplente na Universidade de Sorbonne em Paris. Em 1906 tornou-se titular da cadeira e passou a lecionar sociologia, matéria transformada em cátedra em 1913, falecendo em Paris em 1917.[1] Na formação do pensamento de Durkheim correntes de pensamento como positivismo de Augusto Comte, o evolucionismo de Charles Darwin e o conservadorismo de Edmund Burke, Joseph de Maistre e Louis de Bonald foram fundamentais. Das idéias positivistas Durkheim vai retomar a ênfase no poder da razão produzida pelo iluminismo e concepção de superioridade da ciência, incorporando o firme objetivo de fundar uma sociologia verdadeiramente científica, dotada de postulados capazes de descrever as leis de funcionamento da sociedade orientando seu comportamento.[2] Além disso, Durkheim foi o primeiro grande sistematizador da sociologia em bases metodológicas apontando aspectos fundamentais tais como o reconhecimento que o social explica-se pelo social; que o social é coercitivo, sendo o direito símbolo visível da solidariedade social, a evolução da solidariedade mecânica da repressão para a solidariedade orgânica, dentre outros aspectos relevantes.[3] Do evolucionismo, o autor utilizará a idéia de evolução da natureza aplicando-a ao estudo da sociedade, concepção já tentada por Herbert Spencer na Inglaterra para demonstrar a evolução de