O neoralismo

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O Neorrealismo

Por Juarez Donizete Ambires

O Neorrealismo tem sua abertura oficial em 1939, segundo a história da Literatura Portuguesa. No ano em questão, publica-se Gaibéus, romance de Alves Redol. O escrito é preocupação viva com questões sociais, sintonia que é o cerne da estética e seu grande atrativo. Deste modo, o movimento coloca-se em oposição aos conteúdos que vinham motivando o grupo Presencista, ao longo dos anos 1930. Deste, José Régio fora a principal liderança. A autoria de uma literatura cunhada em valores espiritualistas, metafísicos, psicologistas (distantes da participação política) abrira-lhe a prerrogativa.
Em perspectiva mais ampliada, pode-se afirmar ainda que, no caso de Portugal, o Neorrealismo é também expressão intensa de insatisfações políticas. A intelectualidade portuguesa mais à esquerda posiciona-se por meio dele contrária ao Estado Novo Português.
A censura salazarista à altura já calara jornais e revistas. A nova expressão literária, no entanto, vinha para pôr-se resistente às pressões. Sem cair no panfleto, trazia à tona as lutas de classe, a dureza da sobrevivência no cotidiano português. Em Gaibéus, o trabalho de Alves Redol é boa e corajosa prova do feito e do cuidado. No episódio, a oposição ao fascismo salazarista uniu a muitos e pôs-se como a principal identificação do Neorrealismo. A bandeira permitirá ao movimento manter-se atuante por décadas ou até a Revolução dos Cravos, como dará a ele o poder de congregar estéticas e escritores diversos sob a sua designação.
Por isto, naquele meio de caminho, em hipótese filiaram-se ao movimento Virgílio Ferreira, de vertente mais rasgadamente existencialista; José Cardoso Pires, ao fim de sua produção mais pendente ao fazer surrealista; José Saramago, cuja obra toma rumo muito próprio a partir dos anos 80; e outros.
O Modernismo em Portugal se divide em duas partes: Orfismo (1915-1927) e Presencismo (1927-1939). Além de José Régio, ao segundo episódio se filiaram

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