O negro no livro didático
No Brasil, a história do livro didático está ligada a uma série de decretos, o Estado controla o livro didático através da legislação criada em 1938, pelo decreto nº 1.006, consolidado em 1945, pelo decreto nº 8.460, assim os livros só podem ser adotados com a autorização do Ministério da Educação.
Ao longo dos anos, essa postura do estado culminou numa sociedade desigual, pois a igualdade social não era o tema mais importante para o poder público que tentava garantir que a “primeira abolição” não fosse satisfatória, fazendo com que o negro saísse da senzala e fosse direto para a favela ou para cela.
A história que obedece a um caráter ideológico “visão euro centrista” e que, desde o início foi escrita de maneira a corroborar para a criação de mitos e estereótipos em torno dos negros.
A leitura exposta no livro demonstra a visão burguesa e preconceituosa dos autores de livros didáticos de maneira geral, que ainda não consideram o negro como um cidadão brasileiro que construiu e constrói este país. O ambiente escolar, uma das instâncias sociais formadoras de ideologia, está repleto de uma cruel realidade em que as diferenças étnico–culturais não são respeitadas, difundindo preconceitos e práticas racistas por todo o país.
O ambiente escolar é um local que exerce influência intelectual e cidadã sobre um indivíduo, vindo a afetar a formação da identidade dos alunos, considerando tudo isto e percebendo-se que o processo de construção da identidade se dá, também, na escola, local que representa um papel central na formação da identidade social de um indivíduo, esse aluno certamente assimila a desvalorização do negro presente no livro didático, através dos papéis que lhe são atribuídos, como por exemplo, o negro ser sempre o causador de confusões, ser o rebelde, ou até mesmo aparecer como a criança suja da história, além de toda essa imagem deturpada, ainda pode-se perceber que a mulher negra aparece sempre