O nascimento da ética na idade grega
O primeiro capítulo do livro Ética dos maiores mestres através da história, de Olinto Pegoraro, traz o nascimento da ética na idade grega, considerando a ética da transcendência em Platão e a ética da imanência em Aristóteles. Basicamente as duas se divergem quanto à relação homem/sociedade. Enquanto Platão considera que as coisas humanas, sensíveis, são cópias das coisas ideais, supra-sensíveis, Aristóteles encontra razões naturais para as coisas, justificando-as em si mesmas.
Basicamente os três fundadores da filosofia grega são Sócrates, Platão e Aristóteles. Platão foi discípulo de Sócrates e toda a obra socrática deve-se a ele. Já Aristóteles, mesmo sendo discípulo de Platão, toma rumos contrários em sua filosofia. Em comum, todos têm a preocupação grega com a polis, partindo daí vem o zelo com a educação e formação de valores, para que o homem seja bom cidadão.
Em Platão o princípio supremo é o bem absoluto que aparece na República, mas toda sua obra gira em torno dessa categoria. As ações humanas no nível imanente, segundo ele, são medidas pelo bem transcendente. Daí a ideia de virtude, que nesse pensamento tem caráter definitivamente moral, levando à purificação da alma e à ascensão ao mundo superior. Isso através das relações de justiça que regem os elementos internos do homem, sua relação com a polis e com elementos superiores.
O máximo está na relação política, para qual, através do exercício da cidadania, o homem grego é formado. Platão reconhece que a sociedade é formada pelos indivíduos e sugere um governo aristocrático. Nele os sábios governariam, garantindo o equilíbrio entre todas as classes sociais, numa relação de justiça, que é o cerne da ética platônica.
Já Aristóteles possui um pensamento sobre ética mais sistematizado que Platão, como a Ética a Nicômaco, que dedica à educação de seu filho. Nele, a ética está em quatro eixos, conforme os quais ela é natural, finalista, racional e heterônoma. Isso valeu